Helena Arcoverde

Posted in Poesia by helenarcoverde on 30/04/2016

curtainCrédito: Helena Arcoverde

Posted by helenarcoverde on 17/04/2013

 

o corpo arrancado

rasga os veios do amor

e eles andarão a sós

pelos escombros da noite

sem alertas

reaprenderão a caminhar

negociarão com o dia

e conhecerão outros amores

cobrirão a dor da perda

ao fim ela reacenderá

destrutiva e amena

como toda dor

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O casamento

Posted in Conto by helenarcoverde on 28/04/2016

postar cor

Crédito : Helena Arcoverde

Posted by helenarcoverde on 04/08/2013

[..] O hotelzinho era próximo, iria caminhando mesmo. Dera as costas para a casa e não se voltou nem uma vez. Sempre apreciara contrastes. E desta feita conseguira. Os vultos, agora mais distantes –  eram pequenos. Os tons azulados eram quase violeta. Os sapatos marrons não mais se distinguiam e nem mais as pernas quase cobertas pelo linho violeta. A tarde se fora e os sinos da igreja bradavam, indiferentes àquele desfecho para as meninas cada vez mais singular. Não cabiam naquele episódio. Contemplavam o impacto. A roupa acinzentada se aproximava da calçada alisada com cuidado. As meninas se aproximaram do meio-fio. Ela se distanciava em diagonal. Não houve despedida. Ela dobrara a esquina, não poderiam mais vê-la. Não se voltara nem na dobra. Mas elas poderiam sentir o amargor da hóspede. […]

Posted in Poesia by helenarcoverde on 28/04/2016

laranj foto art postar

Crédito: Helena Arcoverde

Posted by helenarcoverde on 24/05/2012

 

Amor vadio

Morda a chance

De ser feliz

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Posted in Poesia by helenarcoverde on 26/04/2016

pintura

Crédito: Helena Arcoverde

Posted by helenarcoverde on 29/12/2010

Fim de linha
inútil,
retocar o cotidiano

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Posted in Ensaio by helenarcoverde on 26/04/2016

cores

Crédito: Helena Arcoverde

Por Helena Arcoverde

 

[…]  Se o que caracteriza o poema é sua necessária dependência das palavras, obrigando-as a ir além de si mesmas (PAZ, 2012, 191), o que caracteriza Ladri di biciclette é sua subserviência a um espaço de emergência e instantaneidade, em que os vieses da realidade se repetem continuamente história afora.

As marcas do espaço, no entanto, não impedem que as cenas se desenrolem como poemas e, como afirma Paz, “o poema não teria sentido – nem sequer existência – sem a história, sem a comunidade que o alimenta e à qual alimenta” (PAZ, 2012, 191).

E – desde as primeiras cenas – esses poemas denotam o desmoronamento da ilusão. A mudança é negada. A tragédia social é anunciada e a sobrevivência é o elo sem nenhuma outra unidade. O ar é de monotonia e morosidade. O sobreviver se impõe aos sonhos, soterra o encantamento.  […]